terça-feira, 22 de setembro de 2009

Setembro sem carro - dia 22

Você sabe que dia é hoje? Com essa frase eu fazia o primeiro contato com motoristas desconfiados que passavam de carro pela Av. Paulista. Pois é, fui visitar a esquina onde o Movimento Nossa São Paulo montou uma tenda para divulgar o Dia Mundial sem Carro provocando o pensar sobre mobilidade urbana na cidade. Assim que cheguei encontrei Oded Grajew panfletando, o Mauricio Broinisi e a Luanda Nera que me ofereceu duas camisetas do DMSC, uma para Daia e outra para mim. Percebi que a panfletagem estava sendo feita nas calçadas para pedestres que transitavam pela avenida mais famosa de São Paulo. Perguntei se alguem estava distribuindo folhetos para motoristas e ouvi que a maioria estava de vidros fechados por conta da chuva que caia no meio da tarde. Como quando cheguei a chuva tinha dado uma pausa, arrisquei pegar alguns folhetos e panfletar no canteiro central da Av. Paulista. Fiquei lá entre 16h e 18h, com folhetos na mão e usando uma máscara para encarar a fumaça entre os carros que não é pouca não. No fim da noite, durante o treino de Aikido, respirava com alguma dificuldade e é claro que tem alguma relação com as duas horas passadas no meio dos carros.


17h00 - na av. Paulista em frente ao Conjunto Nacional

Você sabe que dia é hoje? Era o mote para me aproximar com o logo do Dia Mundial sem Carro estampado na camiseta. Muitos não queriam conversa alguma com um careca mascarado. Devia ser uma imagem meio assustadora. Outros logo percebiam que era uma aproximação inofensiva e abriam seus vidros e seus sorrisos. Quando percebia que o motorista relaxava ao saber que eu não era um vendedor nem um assaltante eu engatava uma segunda pergunta: Você acha que dá para passar um dia por ano sem carro? Essa pergunta ajudava a apresentar a idéia central do DMSC: deixar o carro na garagem por um dia. Houve muitas interações legais, gente consciente, gente respeitosa e também gente travada. Bem travada. No fundo, o dia de hoje foi um dia que ajudou a trazer um pouco de luz sobre o uso racional do carro na cidade como parte da solução de um problema tão complexo. Algumas pessoas, homens e mulheres, mostravam-se tão fechados nos seus carros e por alguns instantes eu me senti como o limpador de vidros, o vendedor de chiclete, o malabarista do farol que a maioria não dá a menor pelota. Pessoas que simplesmente não querem ser incomodadas por nada e ninguém. Querem apenas chegar ao lugar para que se dirigem sem serem interrompidas. Imagino que estas pessoas devam ser assim também em elevadores. Deve ser uma experiencia perturbadora por longos segundos: ver, ouvir e sentir pessoas estranhas tão perto. Será que as pessoas relaxariam se houvesse um Dia Mundial sem Medo?

Ecotaxi movido a pedaladas

Biocombustivel

Ele cantava na avenida enquanto eu panfletava

2 comentários:

Joao Lacerda disse...

Olá Bueno,

O Henrique do Ekoa Café comentou sobre sua experiência e para minha surpresa você passou pela Vaga Viva e eu estava lá o dia todo! ;)

José Bueno disse...

Olá João
Pois é, estive lá de tarde e fiquei na minha, panfletando no canteiro central da Paulista.
Abração e até.