quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

OBRIGADO 2009


Coisas para compartilhar neste finzinho de ano e agora acho um tempo para escrever depois de dias corridos.


Escrevo do Vale do Pavão, em Visconde de Mauá, na casa de Julio e Raquel Galhardi onde aguardamos o inicio de 2010 nos ares das montanhas, tomando bons vinhos e rabiscando em Carandache.


Começo pelos convites do João Nery e da Cely Mantovani, respectivamente amigos e executivos da Agre e da CEF que me chamaram para participar de dois eventos distintos. O primeiro no Refúgio Cheiro de Mato em Mairiporã e o segundo na Fazenda Hípica de Atibaia. Foi meu começo de fim de ano. E mais uma vez levei a arte Aikido como plataforma para refletir sobre liderança e consciência num clima de celebração e desenho de futuro.



Logo chegou o Natal em família onde ouvimos a 26a. carta de Noel para Marinhos e Buenos. Esta cartinha é uma tradição que minha irmã Noemi herdou e mantém viva enchendo o coração de todos com os melhores momentos do ano de cada um dos filhos, netos, genros e noras de Jose e Myriam, os meus pais. Saboreamos cada palavra da carta sempre lida pela Rita, outra de minhas irmãs. Um momento mágico onde as conquistas e curiosidades de cada um dos membros de uma família é revivido. Logo beijos e abraços, troca de presentinhos de amigo secreto, novamente palavras de carinho entre todos e uma ceia para encerrar a noite.





No dia 25 uma pedalada no lugar da ressaca natalina. Apesar de dormir às 4h00, às 9h00 Daia e eu saimos de casa com nossas bicicletas para nos somarmos ao grupo do Olavo Bikers que pedalam aos domingos e feriados desde 1995. 5km de casa ao FNAC. 33 km girando por uma São Paulo sem carros e mais 5km de volta para o Butantã. Posso dizer e tenho testemunhas que foi o grande batismo de Daia sobre o celim. Yes, she can! E vamo que vamo em 2010.



Antes de viajar para as montanhas do Rio uma aflição: o que fazer com Toró e Ziza? Nossos gatos nunca passaram mais de dois dias sozinhos. Quem para cuidar dos pequenos até o começo de janeiro? Valdomiro! Trabalha no condomínio onde moro e aceitou a tarefa de limpar caixa de xixi, recolher cocô, trocar a água e cuidar da ração dos gatos. Coisa pequena que torna-se grande em época que todos viajam para fugir de São Paulo.


Agora é tempo de dormir até tarde, desenhar sem pressa na varanda, descansar no sofá, renovar energias, rir entre amigos, tomar bons vinhos, fumar bons charutos, falar bobagem, pisar no barro, olhar para o céu, sonhar grande e fazer pequeno.


Desejo a todos que acompanham e comentam as "mensagens na garrafa" deste blog um Ano Novo pleno de tudo aquilo que cada um acredita ser importante para ser feliz.


Beijos e abraços



sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

BONENKAI HARMONIA 2009

Que 2010 seja um ano pleno de ki em todos os sentidos e repleto de tudo que é importante para uma vida feliz. Até breve!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sixth Sense

Acabo de assistir esta apresentação no TED recomendada pela Paty, namorada do meu sobrinho Marcelo. É um breve fala de Pattie Maes and Pranav Mistry sobre o Sixth Sense. Surpreenda-se e deixe seu comentário.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Círculos de harmonia


Acabo de chegar do Rio de Janeiro com novas histórias na bagagem. O motivo principal desta ida ao Rio, assim como todas as outras idas em 2009, foi o mesmo: treinar bom Aikido sob orientação de Luis Gentil Sensei e estreitar os laços com os amigos do Círculo de Aikido. Ao redor do motivo principal emergem os motivos não principais que tornam a ida ao Rio cada vez mais especial.

Bar Vinte. Ipanema.

No Jardim Botanico fui recebido por Julio e Raquel Galhardi e conheci as siamesas Fiona e Suzy que me lembraram Ziza e Toró. Lá comemos e conversamos muito e também provei de uma cachaça de milho com mais de 40 anos. Literalmente uma senhora cachaça! No Clube Naval fiz sauna com direito a boa prosa na beira da Lagoa e reencontrei o Gil que já apareceu aqui no blog em setembro. Ele é o rapaz que atende no bar da sauna e ama a corrida. Julio e eu decidimos dar uma força e em 2009 ele fez suas últimas provas, entre elas a volta da Pampulha, com tenis de qualidade. No Bar Vinte em Ipanema tomamos o chopp obrigatório para festejar o exame para Nidan do Júlio. No Leme, sob chuva fina e numa praia vazia, um mergulho no mar e boa caminhada pela areia conversando com Luis Gentil. Nas Laranjeiras, almocei com minha irmã Rita e matei a saudade de toda a família comendo delicioso frango ao curry e ouvindo as novidades dos sobrinhos. Quarenta e oito horas de saúde, alegria e convívio com gente querida.

Minha irmã Rita e família. Laranjeiras.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tintim na Cozinha - A colheita


RECEITA TINTIM (por Mariana Torres)

Reúna pessoas interessadas em passar tempo de qualidade juntas

Acrescente alegria, atenção, cuidado, disponibilidade e fome

Bata tudo com sentimento, empenho, dedicação

Coloque uma pitada de tempero, de imprevisto, de improvisação

Unte a fôrma da razão com emoção e intuição

Despeje a mistura num recipiente do tamanho do mundo

Aqueça tudo por cerca de duas horas e meia...

Voilà!

Tintin: um brinde ao que somos quando podemos ser


Mão na massa, e muita massa na mão.
Risadas e gargalhadas regadas com chuva de farinha.
Expansão dos sentidos, tato, olfato e paladar aguçado.
Pais e filhos, companheiros de vivências e novas experiências.
Fluidez, ritmo, leveza e delicadeza.
Mistura de cores, sabores, olhares e verdades.
Gente criança, jovem, adulto... todos com grandeza.
Hora sem relógio e presença do tempo.
Intervalo vazio de tarefas e pleno de sentido.
Inspiração, celebração, conexão.

Momentos de saúde, paz e amor. Tintim!

Deborah Dubner

Não sei se ainda tá valendo mais dou agora minha parte da colheita:
Vou simplesmente digitar meus pensamentos que já apresentei lá no dia.
Acho que foi uma experiência super divertida que reforçou ainda mais para mim a força do trabalho em grupo.
Já cozinhei muito sozinho e vi como fica mais dinâmico, rápido, menos cansativo e mais divertido cozinhar em um grupo grande.
Até lavar fica gostoso. Bom, foi isso que aprendi nessa aula diferente.

Daniel Bueno



Olhares, trocas, silêncio, barulho, música, brincadeiras....
Momentos do coletivo, momentos do indivíduo
Todos souberam quais eram seus respectivos papéis e responsabilidades.
Colhemos o melhor: comida com amor universal, regados com uma energia incrível.
Obrigada

Daia Mistieri





Todo mundo metendo a colher em tudo...
No som, na comida, na mesa, em detalhes...
Cada um encontrando o seu espaço, todos compondo uma deliciosa massa...
Um olhar diferente para as coisas de sempre: farinha, batata, maçã, farinha
Dá-lhe farinha!
Tempo para saborear a fome, o imprevisto, o cheiro na cozinha
Da combinação de temperos, sugestões, sentimentos e mãos
Boas conversas, risadas e comida boa ao paladar
Corpo e alma bem nutridos
Alimento pra digerir e saborear por semanas.

Mari Torres





Algumas frases na fala de algumas pessoas:

"Tudo fica mais fácil e vai mais rápido em grupo..." Daniel Bueno

"Experiência para sair da zona de conforto conscientemente..." Daia Mistieri

"Quando você entende você aprende" João Pedro

"Em pouco tempo ela [minha filha] já estava sendo ela" Sandra Paz

"Tudo no seu devido tempo, nem rápido, nem devagar, abraçando os imprevistos."



Tenho pensado nessa coisa de pequenas ações para mudar o mundo. Numa semana onde acontecerão conversas de gente graúda em Copenhagem para discutir as mudanças climáticas no mundo, eu resolvi colaborar de um jeito caipira: coloquei um balde no box do chuveiro para aproveitar a agua que cai enquanto o banho esquenta e usar esta água na descarga do vaso sanitário. Uma verdadeira bobagem. Mas eu me sinto feliz fazendo essa solitária economia de água testemunhado apenas pelos azulejos do banheiro.

E na Cozinha do Tintim senti a mesma felicidade entre jovens e adultos numa dança de gestos, risos, ovos, batatas, conversas, farinha, tomates e maças. Diversidade de gente e de sabores. Encontrei as coisas que eu imagino ter no mundo dos meus sonhos. Cooperação, alegria e movimento. E a forma espontânea e livre de participar do acontecer das coisas, com mínimas instruções de um Chef e uma clara orientação do para onde ir foi o bastante para sentir uma alegria silenciosa. E parece que ela circulou entre todos nós.

Traduzimos de modo natural o cuidar do grande cuidando do pequeno em cada gesto na cozinha. E talvez cuidar do mundo possa ser cuidar de cada pequeno pedaço desse mundo, cuidar de cada pessoa que pertence ao nosso mundo e de cada interação que temos com as coisas do mundo. Água, batata ou gente.

Agora e sempre um brinde pela saúde do nosso mundo: TINTIM!!

José Bueno

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ciclocidade, bicicletada e maratona

Deve ser algum trígono poderoso entre Mercúrio, Júpiter e Marte ...

Na sexta feira participei da fundação da Ciclocidade, uma associação de ciclistas urbanos em São Paulo. Daqui para frente não seremos apenas ciclistas, apaixonados ou ativistas por um cidade mais limpa e com menos carros. A representatividade de uma associação organizada de modo formal foi um passo importante. Me senti orgulhoso em estar lá aprovando a ata de fundação como um dos 100 sócio-fundadores presentes. Esperando o que? Associe-se também: www.ciclocidade.com.br




by Mathias

Mais fotos de Edugreen @ Flickr: http://www.flickr.com/photos/edugreen/sets/72157622880465680/show/with/4135512685/

Na sexta me juntei ao grupo que faz Bicicletada, ou movimento Massa Crítica, como quiser. Cheguei na Praça do ciclista onde é feita a largada na companhia dos meus bike-padrinhos: o João Paulo e a Evelyn, duas figuras adoráveis que fizeram este ano a travessia Berlin-Copenhagem na pedalada. 800 km em 10 dias. Já começa a me dar vontade de pensar num roteiro para fazer no ano que vem. Por hora é pedalar muito e conhecer os roteiros aqui no Brasil e na Europa. JP, Evelyn e eu pedalamos juntos de Pinheiros até a esquina da av. Paulista com a rua da Consolação. Exatamente na hora da largada caiu um temporal e aguardamos parar a chuva para largar. Umas 200 pessoas talvez. O ponto alto foi cerca de uma hora depois: a invasão do Shopping Vila Olimpia, recentemente inaugurado com centenas de vagas para carros e ... sem bicicletário. De repente, estavamos todos no estacionamento vazio do shopping cercados de seguranças que se perguntavam: quem é o responsável por esta zona? A resposta era fácil: aquele ali de bicicleta. Logo fomos embora sem tirar nenhum pedaço e com uma sensação de missão cumprida. Valeu a noite.







No domingo, provocado pelo Pablo sai de casa de manhã para pedalar com o grupo que todo domingo se encontra na FNAC. Choveu muito pela manhã e ainda garoava quando sai de casa. Mas às 9h30 o clima tava perfeito e lá fui eu. Sem o Pablo. Durante o trajeto que durou 42km (nunca havia imaginado pedalar tanto...) entendi o slogan estampado nas camisetas amarelas desta tribo: vai quem quer, volta quem pode! Yes, I can!!!!! Na segunda eu tava moído e até o maxilar doía. Mas hoje é terça e está tudo bem. Especialmente as costas e a bunda.

Osvaldo Stella e Jarbas Agnelli

Foi um privilégio passar 12 horas debaixo de um toró de coisas legais durante o TEDxSP. E sou muito grato a todos que fizeram a idéia de um mundo melhor parecer algo tão perto e tão possível durante cada minuto naquele dia.

Ache uns minutinhos para assistir estes dois videos do TEDxSP.

Para mim, entre pessoas fantásticas, estes dois dão o tom do que aconteceu. Pouco a pouco os vídeos com cada uma das palestras está chegando e é só acompanhar por lá: http://www.tedxsaopaulo.com.br

Espero que curta.

TEDxSP 2009 - Osvaldo Stella from TEDxSP on Vimeo.



TEDxSP 2009 - Jarbas Agnelli: "Birds on the Wires", uma música e sua história from TEDxSP on Vimeo.



Quando eu tinha 14 anos aconteceram duas coisas interessantes. Descobri uma escola de Yoga, o Instituto Narayama e comecei a frequentar a ECA para assistir peças de teatro na EAD onde minha irmã se formou atriz. Isso foi em 1974. Não acompanhei meus amigos do colégio e tomei gosto por teatro, política estudantil, asanas e meditação, vi o Lula parar fábricas no ABC, corri da cavalaria da polícia durante manifestações estudantis e era uma emoção forte acompanhar leituras dramáticas de textos proibidos que tinham palavrão! Pode? Me sinto alguem do século retrasado falando estas coisas mas é verdade. Meu pai tentou me recuperar me oferecendo uma viagem para Disney! Já não tinha mais volta. Queria mesmo era ir para India!!! Nem preciso dizer que não fui nem para Disney, nem para India ... e comecei a sonhar com um mundo diferente do mundo que me ofereciam.

Me formei arquiteto na USP e lá passei os cinco anos pesquisando o adobe, a taipa, as construções tradicionais em arcos e abóbodas, processos e materias construtivos alternativos. Era uma fantasia de estudante que não tinha nada a ver com a arquitetura que se pensava no Brasil. Veja só... Me afastei das pranchetas e tomei o caminho da educação pelo corpo. Me tornei professor da arte Aikido. Fiz do corpo minha linguagem para falar da possibilidade de harmonia em qualquer conflito. Abri um Dojo tradicional e fora do tatame levo para cantos diversos a filosofia e a visão do Aikido.

Fazer parte do TEDxSP e acompanhar cada conversa, cada história e perceber que hoje há uma grande rede de pessoas diferentes, criativas e visionárias me deu uma sensação de conforto imensa. O TEDxSP pareceu uma convenção de pessoas estranhas, relatando o quanto valeu a pena remar para um lado diferente. Se uma multidão navega sem questionar para um único lado isto não significa que navegam para o melhor lado. Talvez estejam todas indo para um grande abismo. Encontrar um time de pessoas corajosas, atrevidas, persistentes e criativas foi um prazer enorme e criou uma rara sensação de pertencimento. Sinto que valeu a pena olhar desde cedo para um outro lado e o TEDxSP revelou que são muitos olhos e corações olhando para este mundo melhor, mais saudável, mais cooperativo, mais sustentável e mais amoroso.