quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Setembro sem Carro na TV

Aqui está o resultado final da reportagem exibida em 22/09, Dia Mundial sem Carro, na TV Bandeirantes. Espero que gostem.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

United & Gol

Eu não conhecia esta história até assistir estes videos hoje. Já existem muitos outros videos e centenas de comentários e entrevistas com Dave Carroll sobre sua atitude frente à indiferença de uma companhia aérea com seu violão quebrado..

E é isso o que me interessa por aqui. Este movimento que vai além de reclamar e resulta numa ação. Dá muito mais trabalho, exige tempo, ensaio, dedicação, talento, etc.

Gosto de colecionar essas histórias, escritas, ouvidas ou filmadas, como esta de Dave que trata de um jeito criativo de se indignar. No caso de Dave, uma resposta a um tipo de tratamento que conhecemos bem aqui no Brasil.

Neste final de semana estive em Recife para participar do primeiro seminário de Aikido com Luis Gentil na capital pernambucana. Eu parti do Aeroporto Internacional de Guarulhos e ele do Aeroporto Tom Jobim no Rio de Janeiro.

Ambos com passagens compradas pela Gol.

Logo cedo ele me ligou do aeroporto dizendo que não havia reserva alguma em seu nome para o vôo 1798 para Recife. Uma passagem comprada em agosto!Alguns telefonemas e logo descobrimos que "alguém" havia cancelado seu bilhete no dia posterior a compra numa atitude clara de fraude.

A equipe do Aiki-PE não teve outra alternativa senão comprar novo bilhete pela TAM uma vez que a GOL não localizou a reserva e sua passagem sairia duas vezes mais cara que pela concorrente. Domingo ao voltar, novamente a GOL não localizou a reserva e novo bilhete pela TAM foi comprado para garantir sua volta ao Rio de Janeiro.

Nesta segunda-feira os amigos pernambucanos darão início a ações para obter da GOL o ressarcimento das passagens compradas em duplicidade.

A compra da passagens originais foi feita pela internet e pagas com cartão de crédito. Alguma fraude aconteceu e desde já estou curioso em saber como esta história vai se desenrolar.

A solução de Dave para seu problema com o descaso da United foi genial.

Que outras maneiras criativas podemos criar para responder ao descaso, à omissão, ao abuso no trânsito, à corrupção, ao pouco caso com pedestres, etc?



quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Aprender a morrer

A experiência de deixar o carro na garagem em setembro e achar outros jeitos de me mover na cidade, abriu uma avenida de descobertas. Tenho muita coisa para contar e o que me falta é tempo para organizar tudo que ganhou uma clareza maior para mim.

Antes de tudo quero falar de dessa coisa que parece tão simples: mudar um hábito. Deixar o carro na garagem me levou a mexer em outras coisas, por exemplo, o jeito de me vestir. Acessórios que não usava nunca como capa, guarda-chuva, mochila e o chapéu que ganhei da Mariana no meu ultimo aniversário. E passei a usar botas impermeáveis. Visitas ao site do SPTrans para estudar o trajeto e uma espiada no site do Climatempo passaram a ser fundamentais para planejar o dia. Ouvi uma pérola sobre o tempo maluco desta cidade: se você não gosta do clima em São Paulo, espere 15 minutos ...

Quando saio de bicicleta, e isso acontece normalmente às segundas e quartas, o traje é outro. Short almofadado, luvas, capacete, tenis e novamente a mochila onde guardo uma capa de chuva, uma cueca, uma camiseta e um desodorante. Também carrego meu bloco de rabiscos e anotações, uma camera digital e um livro leve.

Para circular a pé, de ônibus ou de bicicleta, o corpo tem que estar em cima. São Paulo tem ladeiras, escadarias, buracos na rua e na calçada, os pontos de onibus não estão na porta da casa nem no lugar exato do destino e deixar o carro de lado envolve ter fôlego e pernas. Para chegar em casa no alto do Butantã eu encaro ou a ladeira ou a escadaria. Já me peguei algumas vezes botando a bike no ombro para subir os 100 degraus da Vila Indiana. Ficar sem carro ajuda a saber como anda a saúde. Logo o corpo avisa como estão os joelhos, a coluna, o coração, os pulmões e a circulação. Acredito que ser sustentável - palavra da hora e fácil de encontrar por aí- começa em cuidar do próprio corpo.

Sem carro encontrei pessoas e lugares nunca vistos, muito mais que os buracos e barulhos da cidade. Isto para mim seria motivo suficiente para deixar para sempre o carro na garagem. Carro demais cega, ensurdece e isola. Entre muitas histórias de encontros e descobertas pela cidade, ontem, num intervalo de duas horas, cruzei com duas pessoas que não via há muito tempo, Thales Trigo e José Passarinho. O primeiro foi meu professor de ótica no cursinho e hoje é dono de uma escola de fotografia em Pinheiros. O segundo, contemporaneo da época da FAU, hoje é consultor da Positioning e conhecido do público em geral pela sua presença em peças publicitárias do Itaú. Encontrei os dois andando de bicicleta por Pinheiros e foram duas conversas diferentes. Uma breve, a outra longa e inspiradora. Na porta da Fnac, conversei com Passarinho sobre várias coisas entre elas minha experiência como blogueiro desde maio deste ano. Terminei o papo encorajado a seguir escrevendo a despeito de achar que ninguém lê o que escrevo. Sério. Tenho a sensação de estar jogando garrafas ao mar ... alguém ai tá lendo?



E o que isso tudo tem a ver com aprender a morrer?

Volto aos insights do Setembro sem Carro. Deixar um hábito é morrer um pouco. E acho que a dificuldade de mudar um hábito pessoal ou social é porque se requer a capacidade de saber morrer. Simples assim: é difícil mudar por que mudar é morrer. Ninguém gosta de morrer, de deixar de lado coisas que fizeram parte de uma vida. Todo mundo fala das mudanças necessárias para uma vida melhor, para uma cidade melhor, para um mundo melhor. Mas quem aceita mesmo o jogo de morrer um pouco? Quem topa deixar na estrada um velho hábito? E quem disse que morrer para um hábito será um sofrimento. Que tal prazer? Um prazer associado a sensação de liberdade e independência.

Quero continuar esse jogo de brincar de morrer um pouco todo dia. Mexer com hábitos como um exercício lúdico de desapego. Uma auto-provocação para procurar outras formas para atender minhas necessidades de comer, mover, relacionar, aprender, divertir, etc. Quem sabe um grande treino para desapego final?

E se subir escadas fosse mais divertido que pegar a escada rolante?


Começo a desenhar um novo jogo: no beef, no beer, no bread. Dois meses deixando de lado três coisas que adoro: carne, cerveja e pão. Simplesmente um jogo de liberdade. Um amigo já reagiu dizendo: No fun? Ao contrário! Lots of fun. No belly!!!! Quero continuar a subir escadas, correr e pedalar, seguir minha pratica de Aikido e chegar aos 50 anos leve. E não vou deixar de comer outras carnes como frango, porco e peixe. Elegi a carne vermelha depois de saber que 1 kg de carne consome 14.000 litros de água para serem produzidos, que a Amazônia esta virando um imenso pasto, que a quantidade de bois ultrapassa o numero de gente no Brasil e que o gás metano do nosso gado polui mais que o CO2 dos carros. E vou deixar as cervejas de lado mas não os vinhos. Deixarei os pães mas não as massas. No fundo a pergunta é: como seria passar dois meses sem estas três coisas? Deliberadamente e com prazer.

Anos atrás participei de uma experiencia única chamada Kyol Che: sete dias de retiro de silêncio. Vaca amarela total! Alguns me disseram: - Ah, se eu fizer isso eu fico louco! Ao voltar minha percepção era bem diferente: fazer isso de vez em quando é uma ótima maneira de não ficar louco ...

Logo trago mais detalhes do novo jogo.
No beef, no beer, no bread. 1º de novembro à 31 de dezembro.

Alguém topa vir comigo?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ultimos rabiscos


701-10 Butantã-USP


Seu Didi - Mais corrido do que lido


Claudio e Monteiro na reunião da SOL Brasil


Estudo de um sumi-e na Palas Athena


Ateliê Funilaria & Pintura na Vila Madalena


Instituto Paz D'Alma em Joanópolis

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Tintim

Este é o convite para o 2º encontro com jovens para criação coletiva de um programa de educação para a vida. O nome Tintim provém de Teen Team e foi acolhido em português com um significado a mais: um brinde à vida!



Somos um grupo formado por cidadãos e cidadãs com ampla diversidade de formação oferecendo um programa rico em experiências práticas que provoquem o despertar de aprendizagens que sirvam para toda a vida.

O Tintim será um ambiente desenhado para jovens aprenderem com crises, desconforto, diversidade, riscos e alegria. E também uma atmosfera onde cada jovem possa encontrar a própria grandeza de forma que ela nunca mais venha a ser esquecida ou reduzida.

Será um tempo de encontro com as diversas inteligências dentro de cada um. Um tempo para se encantar com a sutileza das grandes coisas e a grandeza dos pequenos gestos.

Será uma jornada de aprendizagens que não são comumente oferecidas nos colégios, nos cursinhos, nas faculdades e tampouco no ambiente de um trabalho "normal". Não queremos jovens preparados apenas para o mercado de trabalho, mas sim para a vida!

Esperamos neste domingo por jovens com mais de 13 anos para enriquecer e construir conosco o Tintim. Serão todos bem-vindos com perguntas, inquietações, incertezas e sugestões.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Permacultura

Escrevo do Terminal Rodoviário do Tiete depois de alguns dias sem escrever por aqui. Estou a caminho de Joanópolis para passar quatro dias aprendendo sobre permacultura. Sempre fui super urbano desde minha infância nas ruas de Copacabana. Vão ser dias de natureza para recarregar a bateria.

Quero trazer fotos e histórias de lá e compartilhar por aqui. E na volta escrevo sobre o balanço final de Setembro sem Carro e adianto que meu carro continua na garagem. Na verdade foi parar na oficina para uma geral. A bicicleta entrou na minha rotina e quero também escrever sobre a reunião no Palacio dos Bandeirantes onde ouvimos o projeto do governo para ciclovias nas marginais.

Muito em breve trarei também notícias frescas sobre o projeto Tintim que tem nova reunião marcada para o dia 18/10, domingo à tarde, no HUB em São Paulo. É o segundo encontro para avançar a co-criação de uma jornada de educação para a vida: arte, comunicação, ética, humor, consciência, diversidade, coragem e outras coisas mais que fazem real diferença num processo de formação. Aguardem!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ciclovia na Marginal Pinheiros


IMG 02bFonte: Fundação Aron Birmann

Uma discussão está sendo retomada sobre uma possível ciclovia na Marginal Pinheiros. Logo mais, às 14h30, haverá uma reunião no Palácio dos Bandeirantes onde o governo apresentará um projeto de ciclovia na Marginal Pinheiros, aproveitando a faixa já existente na margem próxima ao trilho do trem. [Eu vou].

Em 2006, um projeto foi elaborado pela Fundação Aron Birmann e entregue à gestão doPomar Urbano (antigo Projeto Pomar). A proposta inicial do projeto de 2006 era de criar um circuito, chamado Circuito dos Parques, com 22 km de extensão, formando um parque linear, integrado ao Pomar Urbano. Este circuito previa a conexão com outras ciclovias, por exemplo, a ciclovia da Avenida Faria Lima. Considerando os 10 km (in)existentes da ciclovia na Faria Lima, o circuito completo seria de 34 km*. Os acessos à ciclovia no projeto foram previstos nos seguintes pontos (vejam os pontos no mapa): Parque Vila Lobos, USP, Shopping Morumbi, Parque Burle Marx e Shopping SP Market. Também estava contemplado a integração às passarelas de três estações da CPTM: Santo Amaro, Pinheiros e Cidade Jardim.


O valor estimado para este projeto, incluindo as obras de interligações e gerenciamento, é de 19,5 milhões de reais, com prazo estimado de 12 meses para a finalização da obra da ciclovia.

Segue alguns arquivos sobre o projeto:

- Apresentação de trabalho de alunos de Gestão Ambiental da USP sobre a ciclovia
- Mapa original da ciclovia
(Fundação Aron Birmann, 2006)

Agora vamos ver qual é a nova versão deste projeto pelo Governo Serra. Fica aí o convite:

Reunião sobre ciclovia na Marginal Pinheiros
Quando: Segunda-feira, 5 de outubro, às 14h30
Onde: Palácio dos Bandeirantes – Av. Morumbi 4500 – Sala de Imprensa – 2º andar

Outros links:

- Projeto no site da Fundação Aron Birmann
-
Texto: “A Ciclovia da Marginal Pinheiros, finalmente” (André Pasqualini)
- Notícia: “Ciclovia na Marginal vai ficar pronta em fevereiro” (Jornal Destak no portal do Nossa SP)
- Notícia: “Marginal Pinheiros, em São Paulo, terá ciclovia de 22 quilômetros de extensão” (iG)
- Vídeo: “Ciclovia do rio Pinheiros” (Renata Falzoni)



FONTE: http://ecourbana.wordpress.com/2009/10/04/proposta-de-ciclovia-na-marginal-pinheiros/#comment-1317