Sinal Fechado
Letra e música de Paulinho da Viola composta em 1969.
– Olá! Como vai?
– Eu vou indo. E você, tudo bem?
– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E
você?
– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo...
Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é, quanto tempo!
– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!
– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é...quanto tempo!
– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das
ruas...
– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa,
rapidamente...
– Pra semana...
– O sinal...
– Eu procuro você...
– Vai abrir, vai abrir...
– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
– Por favor, não esqueça, não esqueça...
– Adeus!
– Adeus!
– Adeus!
Muitos pensam que a letra dessa música é um retrato da vida urbana na época da ditadura militar brasileira, que no ano anterior tinha realizado o seu pior evento até então ao suprimir os direitos constitucionais do cidadão através do AI-5. A ditadura acabou há tempos e um novo olhar nos mostra que esta obra não foi superada na forma, no conteúdo, na experiência estética e na abrangência de sua letra. Sinal Fechado faz mais sentido hoje do que quando foi composta. A estética fria e tensa não nos é mais tão estranha. É o hino do desencontro, do mundo contemporâneo, das cidades movimentadas, dos sinais fechados sempre presentes que nos forçam a observar as pessoas por dentro dos carros, da vida urbana, da necessidade de se buscar um lugar no futuro. Sinal Fechado já buscava seu lugar no futuro quando foi composta e certamente conseguiu.
FONTE: http://www.paulinhodaviola.com.br/portugues/a_musica/texto.asp?cat=4
domingo, 8 de novembro de 2009
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