Responda rápido: o que você está vendo?

Tem sido assim. Um pouco de metrô, bicicleta, caminhadas, onibus, trem, caronas e também, por que não? o uso do carro como uma das alternativas. Não mais a única. E nesse mover pela cidade é claro que piso em calçadas detonadas. Minha sensação é que, fora a rua Oscar Freire, todas calçadas em São Paulo são zoadas. É um chão de ninguém. Ninguém arruma. Alguém vai lá faz um conserto, uma obra, abre um buraco, mexe e depois deixa lá do jeito que ficou. As ruas também não ficam atrás. Em cima de uma bicicleta os buracos e irregularidades da pista ficam 10 vezes maiores e não dá para cochilar. Como nas calçadas, vai tudo muito bem até que topamos com uma cratera. Ou várias. Tudo isso é bom para desenvolver a atenção. Não dá para andar e ficar falando no celular, pensando na vida e desligado do mundo. Tem que olhar com vontade, ficar esperto para não vacilar. Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e ausência de atenção é sinônimo de perigo.
A foto acima é na recepção de uma empresa. Uma empresa para quem prestei serviços em parceria com a Bernhoeft, digo Höft Consultoria. Cheguei lá de trem, vindo da Estação Berrini. Uma rápida (e rara) caminhada pela Marginal Pinheiros e logo estava na empresa onde a recepcionista educada me pediu para aguardar no ambiente ao lado com poltronas vermelhas. Relaxei e caminhava em direção às janelas para observar a vista antes de sentar e ...%#@&%!$#$!*&$%#&@!!!! Enfiei a canela numa mesa que apareceu do nada e por sorte não caio de barriga no tampo de vidro preto apoiado na mesa preta sobre o chão preto! Preto brilhante para piorar. Três pessoas estavam sentadas logo em frente, possivelmente preparando coisas para alguma reunião em seguida, e manifestaram um estranho apoio: - Deve ter doído ... E voltaram a conversar entre si. Eu só queria gelo. Lembrei que a canela é o lugar mais desprotegido do corpo. É pele e logo osso. Não tem nenhum recheio que amorteça uma canelada... Ficou amarelo e vermelho na hora. Logo ficou roxo e inchado. Tudo que eu queria era gelo e que trocassem a mesa da recepção. Branca de preferência. Imaginei o que poderia acontecer se fosse uma pessoa idosa. digo, mais idosa. Depois de alguma burocracia para ir para o ambulatório, recebi enorme atenção de todos da empresa. Em especial da Michele, do Felipe, da equipe do ambulatório e de um bombeiro que não sei o nome. Tudo aconteceu em um prédio recém-inaugurado, com muitos ajustes sendo feitos na instalação em novo ambiente. No fundo, é natural que ocorra acidentes pequenos assim. É como machucado de sapato novo.
A curiosidade: me machuquei no momento que relaxei minha atenção. Na rua, entre buracos, lombadas, irregularidades no piso, gente e carro para todo lado e ruídos em geral talvez seja mais seguro que num lugar limpo, silencioso, iluminado, onde não é preciso estar 100 % presente. Sai de lá caminhando, agradecido pelo prestatividade de todos, e seguro em voltar para a rua.
5 comentários:
Realmente faltou um contraste aí!
Qual o valor da indenizacão? rsrsrs
Bjos
Não digo indenização. Prédio novo, ainda estão fazendo adaptações e com certeza o susto que levaram e a mobilização que você provocou são suficientes para que isso não volte a acontecer.
Lamento muito, muito que sejam tão burocráticos para primeiros socorros...
Beijokas
Daia
Zé, isso é Seinfeld puro!
Se desenvolvesse um processo de indenização então...
Não pude deixar de rir muito com a foto.
Não como o fato, claro.
beijos
marinhos
Noemï querida
Vc sabe que é um prazer saber que minha irmã está aí do outro lado. Se escrevo e gosto de escrever isso é coisa dos Marinhos que vc representa tão bem. No fundo quero escrever como vc!
Bom, nem passa pela cabeça indenização pois é uma empresa cliente e como a Daia falou, o susto que tomaram foi suficiente e perceberam o perigo de uma mesa camuflada. Já devem ter dado um jeito na danada. Espero.
Zé... não enxerguei a mesa também, só depois q li o texto. Ja passei pelo mesma história, só que estava carregado de coisas e tomei um tombo homérico, pois em cima da hora desviei... Teria sido melhor (acho) ter batido a perna... Os textos do seu blog estão ótimos. Saudades.
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