Ninguém precisa dizer que o trânsito em São Paulo caminha para o colapso. A av. Rebouças, entre outras, tende a um estacionamento gigante. Como nos Shoppings, imagino o dia que haverá uma cancela na entrada e outra na saída computando quanto tempo ficamos parados. Uma hora? Uma hora e meia? Duas horas? Usando o corredor de ônibus percebe-se uma multidão de pessoas solitárias e presas em seus carros. No Morumbi a cena é mais bizarra. Carros imensos entopem as avenidas e ruazinhas do bairro. Solidão chique encalacrada no mesmo engarrafamento diário. E as placas da CET pelas marginais devem rir de nós enquanto anunciam: 120 km de transito lento. 150 km. 200 km!
Ontem circulei de carro, de metrô e andei bastante a pé. Localizei um sentimento novo relativo ao uso do carro na minha cidade: VERGONHA. Senti vergonha em usar meu carro na cidade. Vergonha de ser visto ocupando um espaço imenso nas ruas e avenidas. Vergonha de poluir. Vergonha por ser um engarrafador de transito. Vergonha ao me perceber como causador do caos na cidade em que vivo.
Decisão: em setembro deixo meu carro na garagem para viver a vida na cidade a pé. Não vou me desfazer do carro nem deixar de usá-lo caso seja urgente. Mas quero aceitar o desafio de despoluir, de desengarrafar e de desapegar de um hábito grudado ao paulistano da classe média.
Por aqui vou registrar o dia a dia da experiência. Cada descoberta, frustração, buraco, diversão, encontros, cheiros, barulhos e imagens de um pedestre. No final do mês, dia 30/09, encerro a experiência de viver 30 dias sem usar o meu carro.
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4 comentários:
Ideia interessante a sua. Realmente esta uma loucura o transito, moro em BH aqui tb esta dificil.Um abraço da leitora do seu blg
Cris
Boa sorte! Tenho certeza que vc consegue e vai se estressar menos! ;)
Guerreiro, aventureiro e um cara consciente. Tenho certeza que vai ser uma experiência incrível! Vou te adicionar no Twitter para acompanhar esta caminhada. Estou louca para ouvir as historias e ver as imagens, quem sabe não me empolgo também... Boa sorte!
Cris, Claudia & Nica.
Isso aqui vai ser interessante. Tanto deixar o carro como narrar o dia a dia são experiencias novas e cheias de vida. Encontro gente na rua e gente por aqui. De algum modo, ler e escrever por aqui é aceitar o convívio e a relação com o desconhecido como andar a pé é se desproteger e encontrar as mais diferentes pessoas em estranhos lugares. Sejam bem-vindas e obrigado por cada palavra.
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