Acabo de voltar de mais um fim de semana em Recife sempre dividido entre momentos de intenso trabalho e intenso lazer. Sinceramente não sei onde meu trabalho termina e onde começa o lazer. Também o lazer, as horas de ócio e as conversas nas varandas alimentam o meu trabalho, trazem novas aprendizagens e eu gosto dessa confusão onde encontro prazer no trabalho e levo a sério meu lazer.
Foram dois dias de pesquisa e prática focada nas qualidades necessárias do uke* durante a relação uke/nague no treino de Aikido: presença, flexibilidade, resiliência, equilíbrio, interesse genuíno, contato, etc. Insisti que muito da formação no Aikido está na sabedoria em "receber" e aceitar os movimentos com alegria e atenção.
No domingo dei sorte de pegar o último dia da X FEINARTE, uma feira de artesanato imensa que reuniu artesãos de todas as cidades de Pernambuco, de vários estados do Brasil e de países da América Latina, América Central e Ásia. E o grande homenageado deste fantástico evento foi Mestre Vitalino que comemoraria 100 anos no dia 10 de julho de 2009.
A história dele começou com o uso das sobras de barro usadas pela mãe que fazia panelas. Com as lasquinhas de barro ele brincava de fazer boi, bode e bonecos. Um dia uma mulher pagou uma certa soma por um de seus boizinhos. E ele nunca mais parou de brincar de modelar. E começou a usar o barro para dar forma para para as coisas faziam parte de seu dia a dia e também ensinar outros usar a terra para fazer arte e valorizar a cultura do nordeste. Hoje são mais de 700 artesãos reproduzindo o ensinamento de Mestre Vitalino em Pernambuco.
"Eu crio pela cadência. Faço o que vejo mas também o que não vejo." Frase maravilhosa de Vitalino citada por Ariano Suassuna.
Voltei de Recife orgulhoso de ser conterrâneo dos pernambucanos.
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