sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Setembro sem carro - dia 11

Hoje eu usarei o carro. Logo mais viajo para o Rio de Janeiro com Daia, Henrique e Guillermo. Chegando lá, pretendo encostar o carro em alguma garagem e seguir o fim de semana a pé. O Circulo de Aikido é em Ipanema e caminhar pelas calçadas do Rio é muito mais agradável que em São Paulo. Vou conhecer as instalações do SESC em Copacabana e esta escolha me faz lembrar do Ricardo Sugahara que sempre ficava lá quando ia fazer a Meia Maratona do Rio. Muita saudade dele. Henrique e Guillermo ficarão onde já fiquei meses atrás, na casa de Luis Gentil no Jardim Botanico. Vitor e Guillerme, outros dois faixas-pretas do Dojo também estarão por lá e hoje à noite estaremos todos no tatame para um Yudanshakai.

Dia 9. Na quarta-feira levantei mais cedo e encarei uma corrida até o Dojo para começar o dia. Não sei se por uma pequena escoliose ou por alguma diferença no tamanho das alças da mochila que carregava, passei 30 minutos correndo e suspendendo uma das alças. Uma bobagem suficiente para ocupar a cabeça por todo percurso e ficar pensando a diferença que faz ter um ombro mais baixo que outro ... Na proxima quarta, dia 16, pretendo fazer o percurso de casa ao Dojo, correndo por dentro da USP. E com outra mochila! Até o fim do mês, devo fazer o mesmo trajeto também de bicicleta.

Linha expressa e Aikido. No final da tarde descobri uma nova linha que circula pela USP e ao atravessar o portão, segue sem parar até a estação Vila Madalena do Metro. O que fez enorme diferença para chegar em tempo na Estação Brigadeiro para nova sessão do Bun Bu Ryo Do, o Pincel e a Espada, na Palas Athena. Mereceria escrever um pouco sobre este encontro que foi todo no tatame, passando três princípios básicos da arte Aikido: perceber, aceitar e acolher o outro. Antonio Goper, aluno e artista plástico, foi uma presença especial na classe e ainda mais especial pela carona que me ofereceu ao final. Somos vizinhos da Vila Indiana!



Dia 10. Transgressão e churrasco. Depois de uma espera no ponto da Corifeu por 20 minutos, tomei a linha 715.V-10 / Santa Cruz com destino ao Parque do Ibirapuera para participar de um programa oferecido pela UMAPAZ: Transgredir é preciso. O trajeto era muito mais longo que o necessário e saltei na rua Iguatemi para pegar um taxi e chegar no horário de início. Tenho compartilhado o sentimento Tarzan de navegar pela cidade usando vários cipós: onibus, metrô, taxi, caminhada e carona. O importante é se mover e chegar onde necessario. E sempre tem um cipó perto da mão. Perto das 13h, subi de carona até a Estação Paraiso rumo ao Terminal Rodoviário do Tiete. Nem passou pela minha cabeça pegar o carro para almoçar com meu filho Daniel na república das tias onde ele mora com outros amigos na Unicamp. 1h40 de Cometa até Campinas mais 1h de onibus urbano até a reitoria e às 16h estava lá para o churrasco! Faminto confesso. Bateu uma agonia ao ver que as linguiças estavam ainda cruas sobre a brasa ... e logo teria que voltar para São Paulo. Descobri que há uma linha chamada Massa Crítica que vai da Unicamp até a Praça Panamericana e com isso ganharia um bom tempo. Suficiente para assar as linguiças e esperar pela carne que começava a ser salgada. Deu tudo certo. Além de muita salada comi as carnes feitas por dois argentinos que moram na república: Frederico e Nicholas. Na chegada na Pça. Panamericana, Daia me espera de carro e chego ao Dojo à tempo para o treino das 20h. Fim de noite no Filial da Vila Madalena. Dia longo.



Adianto as minhas primeiras impressões sobre a circulação pela cidade sem carro. Além de mexer com o apego a um modo único de pensar a mobilidade, ou seja, ir de carro, andar sem carro requer uma mudança na forma de se relacionar com o corpo, o tempo, o espaço e as pessoas. Pede pernas e mais agua, objetividade e planejamento, atenção às alternativas de chegada e saída, paciência e muito mais contato e interação com pessoas. Mas isso tudo merecerá um texto exclusivo, talvez no meio da jornada, lá pelo dia 15/09.

2 comentários:

Daia Mistieri disse...

"Existem caminhos para quem quer caminhar.
Existem caminhos para qualquer lugar.
Caminhos escuros, perigosos, trilhas estranhas,
e estradas largas cruzando planícies tamanhas
Que nunca se sonhou poder atravessar.

Existem caminhos verdejantes e belos
que nos levam de castelo em castelo,
de covil em covil, através dos bosques
cheios de fadas e feras, terras das hostes
das pessoas feitas de sonhos, imaginárias...

Existem caminhos sempre
Basta persistir e seguir.
Os Deuses da estrada abençoam
aquele que não se deixa cair.

Eu só quero encontrar o jardim
no qual eu possa me deitar e sonhar..." Daniel Duende

lucas soares disse...

olha que eu adorei a idéia! fora que sem o carro é bem mais econômico... passagem R2,30 é a melhor parte!!!
adorei, parabéns!