quinta-feira, 29 de abril de 2010

1º de maio: 16 anos de Dojo Harmonia



É com grande prazer que comunico a comemoração dos 16 anos do DOJO HARMONIA entre alunos, familiares e amigos. A programação será a seguinte:

Dia 30/04, sexta-feira, a partir das 20h - YUDANSHAKAI
Treino especial entre faixas-pretas do Dojo Harmonia e de outros Dojos.
Dia 1/05 - sábado, a partir das 10h - TREINO GERAL
Treino especial com a presença de alunos, amigos e convidados.

Dia 1/05 - sábado, a partir das 12h30 - ALMOÇO COMEMORATIVO

Contribuição sugerida de R$ 20,00 por pessoa para comidas e bebidas.

Sejam bem-vindos para a festa do Dojo Harmonia ou deixem sua mensagem por aqui.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Father & Son


Outro dia encontrei esta canção no blog do amigo Márcio Svartman. Há 30 anos atrás Cat Stevens cantava Father & Son e eu a ouvia como filho. Agora assisti Yusuf Islam cantando a mesma canção e eu a ouvi como pai.

Eu e meu filho Danilo estávamos sem conversar há uns dois meses. Após um desentendimento entre nós que abriu espaço para o cada-um-para-o-seu-lado-e-tudo-bem, assistimos ao progressivo esfriamento da nossa relação e fomos ficando cada vez mais distantes. Neste período eu e ele nos encontramos aqui e ali. Mas não com a qualidade de relação que sempre tivemos como pai e filho. Poucas palavras, pouco interesse um pelo outro e dois tolos sofrendo cada um do seu lado com a distância entre nós cada vez maior.

Em março, Daia e eu recebemos Danilo e Júlia em casa para um jantar de aniversário - os dois nasceram com 3 dias de diferença. Pareceu uma trégua, mas a distância persistia entre ele e eu. Hoje de tarde ele me ligou chamando para uma conversa. Era hora do almoço e propus que almoçássemos juntos em casa. Foi daquelas conversas que mudam o curso da história. E o melhor de tudo, restauramos aquele fluxo de energia que existe entre duas pessoas que se amam. Valeu, filho. Valeu muito!

Beijo do pai.





Aikido em Recife

Amanhã cedo viajo para Recife para mais um seminário com alunos e amigos de Pernambuco. No sábado e no domingo haverão treinos com Luis Gentil Sensei, responsável pelo Círculo de Aikido.

Na semana seguinte, receberemos em São Paulo os professores Wilson Tenório, Paulo Gurgel e Mario Morato, para o treino comemorativo de aniversário dos 16 anos do Dojo Harmonia em São Paulo. Será no dia 1º de maio e logo escreverei novo post sobre esta festa.

E assim vamos construindo essas "pontes de harmonia" entre cidadãos que acreditam que fazer Aikido é um bom jeito de contribuir para a construção de uma cultura de paz, saúde e boa convivência.



Carta da Terra

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Começa com você em se transformar para transformar o mundo.


· O que é a Carta da Terra?

A “Iniciativa da Carta da Terra” é o nome dado a uma rede global de extraordinária diversidade de pessoas, organizações
e instituições que participam da promoção e implantação dos valores e princípios da Carta da Terra.

A Carta da Terra é uma declaração de 16 princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa,
sustentável e pacífica. Ela é estruturada em quatro grandes tópicos: Respeito e cuidado pela comunidade da vida, inte-
gridade ecológica, justiça social e econômica, democracia, não-violência e paz. É uma visão de esperança e um chamado à
ação.

· Como posso difundir essa idéia?
Além de falar da iniciativa da Carta da Terra aos seus amigos e familiares, você pode publicar no seu blog, site ou perfil nas
redes sociais o comercial da campanha ou banner e logotipo da Carta da Terra.

Você pode também unir-se a Carta da Terra no Orkut, Facebook, Linkedin, Youtube e Twitter comentando, divulgando e
convidando seus amigos a participar dessa iniciativa. No Twitter, lhe convidamos a usar o hashtag #cartadaterrabr para
tentarmos assim alcançar o maior número de pessoas.


Nos links a seguir você pode baixar os banners vertical e horizontal da campanha no formato gif, para solicitar o arquivo
HTML ou swf, responda esse e-mail com a solicitação no campo “Assunto”.

· Sobre a campanha “Começa com você”
A campanha remete ao pensamento de Gandhi que lembra que a mudança que queremos ver no mundo começa por
cada indivíduo. O objetivo é fomentar entre o grande público o conceito de “Cidadania Terra” onde os interesses pelo
bem comum do planeta estão acima dos individuais.

O filme será veiculado a partir do dia 22 de Abril no Brasil e na América Latina e possivelmente na Europa, em espaços
doados pelas principais emissoras de televisão por assinatura e redes aberta. A campanha conta também com anúncios
impressos doados por diversas revistas e jornais, um spot de rádio e banners para veiculação na internet.

Participe!

Afinal, sonhamos com um planeta mais justo, sustentável e pacífico.


Para mais informações escreva para contato@cartadaterrabrasil.org ou acesse www.cartadaterrabrasil.org

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mamãe, o monge e o oficial

Hoje de tarde eu liguei para minha mãe. Ligo para ela quando sinto que tenho algo especial para dividir e não sou de ligar todo santo dia. Meu dia a dia não é tão cheio de coisas especiais, mas hoje eu senti vontade de contar umas coisinhas que se passavam aqui dentro.

Contei que tenho me sentido cada vez mais atraído pelo mundo da Educação. Ser aprendiz e ser educador, ser inspirado e ser inspiração, conduzir e ser conduzido. Gosto da emoção vivida no processo de aprender seja no papel do aprendiz, seja como educador. Atualmente aprendo Alemão e minha professora Andrea Khrom quando não é minha professora de Alemão é minha aluna de Aikido quando lá eu sou o professor. Muitas vezes alterno meu papel de consumidor e fornecedor de conteúdo e pulo de professor para aluno com facilidade. Gosto da vida que mora no aprender quando o processo é genuíno, pois sabemos que existe a triste experiência onde uns fingem que ensinam e outros fingem que aprendem. Isso não é educação e devia se chamar fingimento ou farsa. Falo de educação como aquele momento mágico onde aprende-se algo pela urgência da necessidade, pela convivência com alguém que ama o que faz ou pelo puro prazer de descobrir algo novo. E isso costuma acontecer muitas vezes bem longe das salas de aula ...

Minha mãe interrompeu essa conversa toda para fazer umas perguntas bem de mãe: Filho, você têm diploma de educador? E se alguém lhe perguntar a sua formação? Você não é arquiteto? Dizer que é professor tudo bem mas para ser educador tem que ter estudado Pedagogia, não? Acho melhor dizer o que você é, arquiteto, e não educador...

Minha mãe é maravilhosa e nossa comunicação é absolutamente franca. Ela diz o que pensa sempre e isso é o melhor de tudo. As vezes não é o que eu espero ouvir. Simples. Na hora eu senti um misto de surpresa, indignação, tristeza e indiferença. Nesta ordem. E ao final, percebi que ela fala exatamente aquilo que uma pessoa normal pensa, mas não fala.

Em 2002, quando contei animado que iria começar um projeto de educação pelo Aikido para crianças da comunidade (favela) do Jardim Jaqueline ela foi direta: - Filho, você precisa ir lá? É perigoso! Com o tempo ela percebeu que não só era o lugar onde eu mais me sentia seguro como foi gratificante perceber o impacto daquele projeto no dia a dia da casa onde atuamos voluntariamente por 6 anos.

Esta conversa com minha mãe me lembrou a historinha do monge religioso sendo interrogado por um oficial de imigração num país muito conhecido pelo rigor em suas fronteiras ...

- Religião? Perguntou o oficial.
- Todas, respondeu o monge.
- Sinto muito, mas todas não pode. O senhor não pode entrar no nosso país.


O monge fez uma breve pausa e logo respondeu uma segunda vez ao oficial:

- Nenhuma! Não tenho nenhuma religião.
- Ótimo. Nenhuma pode. Seja bem-vindo ao nosso país.

;)




Todo dia era dia de Indio

sábado, 17 de abril de 2010

Os danados Golfinhos Nariz de Garrafa

Eu havia guardado esse vídeo para publicar um dia. Gosto muito desse micro-documentário e os golfinhos "bottlenose" dão uma singela aula de estratégia. E deixam a impressão de que se divertem enquanto sobrevivem. Hummmm, aí tem coisa.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sumi-e no Morisushi

No domingo passado eu ajudei meu filhote Daniel a fazer uma pequena mudança. Ele mora na República das Tias em Barão Geraldo, um bairro colado à UNICAMP onde faz faculdade de Música. Pegamos o amplificador, o violão, o novo computador e faltava a bicicleta que estava na rua da Consolação, na casa da avó de Ornela, sua namorada.

Enquanto esperava na rua observei que em frente ao prédio havia um restaurante, o Morisushi. Lembrei que há alguns anos recebi uma encomenda do amigo e designer Milton Cipis que cuidava do projeto de identidade visual do restaurante. Ele me pediu na ocasião um barco tradicional japonês em sumi-e. Depois de algumas pesquisas cheguei a um resultado final e entreguei o desenho.

Na véspera da inauguração do restaurante no Itaim uma construtora comprou o imóvel e os terrenos ao redor para construir um prédio e o restaurante não foi inaugurado. Recebi o valor pela ilustração mas não recebi mais notícias desse restaurante. Até descobri-lo sem querer no domingo passado. Era o tal Morisushi que estava lá, funcionando num novo endereço. Atravessei a rua para entrar e conferir se haviam usado a ilustração do barco. Logo percebi o desenho estampado nas camisetas vermelhas dos garçons e num grande painel na parede principal. E também nos cardápios e nos cartões. Pedi um exemplar de um cardápio velho para mostrar para Daia e Daniel que aguardavam no carro e logo contar esta história para eles. Por aqui eu colo um pedaço da imagem do cardápio que não coube inteira no meu scanner. Essa descoberta no domingo passado foi o suficiente para viajar feliz para Campinas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Renina e Rita

Na última quarta-feira teve início o curso "O Artista e o Guerreiro em Cada um de Nós" na Palas Athena. Na quinta comecei um ciclo de oito oficinas de Sumi-e para a terceira idade no SESC Pinheiros. Já disse e vou repetir: eu adoro trabalhar para Palas e para o SESC. É trabalhar para dois visionários, a Lia Diskin e o Danilo Miranda, duas figuras que eu admiro demais. Numa semana onde ainda meu joelho se recupera da escoriação devida ao tombo besta no Rodoanel, estive afastado dos tatames e mergulhado entre pincéis, tintas e papéis.

Gosto da confusão que surge quando embaralho o aikido com a pintura, a arquitetura com educação, a consultoria com o ciclismo. Na minha percepção está tudo conectado e não saberia como descolar o artista do consultor, o arquiteto do ciclista, o educador do aikidoka, o cidadão do profissional e por aí vai. Mas não parece que é o que as pessoas gostam de ouvir. Não se encaixar em uma ou outra coisa cria um pequeno mal-estar nas conversas. Certa vez ouvi as seguintes palavras de uma pessoa muito querida: Você age como quem quer tudo! Você não se pode ser assim... tem que haver sacrifícios! Você não pode querer tudo. Para tudo existe um limite... Estas palavras bateram fundo em algum lugar. Eu ouvi, pensei um pouco a respeito (não muito) e lá de dentro veio uma voz dizendo com firmeza: É isso! Eu quero tudo!!!

Sou só eu ou você também percebe que mais e mais pessoas estão permitindo se deslocar entre áreas diferentes buscando novos alimentos em outras disciplinas e ambientes? Me parece absolutamente saudável e natural porque assim foi a minha jornada. Acredito que em pouco tempo a formação múltipla (no meu caso meio bagunçada) feita pela fusão de competências variadas será o esperado de um profissional e não um motivo de desconfiança e dúvida. É só olhar ao lado e percebemos que já convivemos com muita gente que não atua na área onde se graduou. Algumas estão felizes e outras ainda procurando encontrar um lugar onde possam dizer que estão confortáveis e realizadas. Essa conversa tem tudo a ver com uma reflexão proposta pela querida Rita e a rede Novo Olhar onde pude contribuir um pouco.

Voltando aos pincéis, me peguei esta semana contando para meus novos alunos e alunas no SESC e na Palas Athena a história de duas mulheres, Renina e Rita. Duas mulheres que tiveram um papel importante na minha formação como artista, como guerreiro e como educador.

Renina Katz é uma artista plástica que dispensa comentários como artista. Ela foi minha professora no primeiro ano da FAU em 1979 onde lecionou até 1988 e isso sim merece comentários. No primeiro ano de faculdade, os alunos tiveram oportunidade de ter aulas com uma famosa gravurista que tinha o tratamento de deusa. Uma mulher culta, talentosa e reconhecida artista plástica. Numa avaliação final de um exercício proposto para os alunos do primeiro ano todos ouviam atentamente suas observações sobre as dezenas de desenhos espalhados numa imensa mesa. Até que ela se deteve em um desenho para descrever a todos como NÃO se desenhar. O desenho, segundo ela, era um lixo. Uma composição péssima, uma técnica péssima, tudo péssimo. E era um desenho sujo, e lembro bem dessa palavra. No final da avaliação todos levaram seus desenhos embora e aquela coisa péssima ficou largada na mesa. Quem iria assumir a autoria daquela coisa suja? Porque aquilo já não era mais um desenho e sim uma coisa. Um monte de rabiscos sujos. Aquilo foi uma experiência rica para cerca de 100 alunos e dramática para o autor daquela coisa. Ele deixou o desenho naquela mesa e tenho certeza que ele deixou lá também o seu prazer por desenhar. Afirmo com certeza porque depois de 30 anos eu posso falar tranquilo: aquela coisa suja abandonada na mesa da faculdade era o meu desenho! Mas o tempo é generoso e curador. E os anos passaram.


Em 1994 encontrei por acaso uma monja zen-budista chamada Rita Böhm. Ela dava aulas da arte Sumi-e na livraria Antakarana na rua Lisboa em São Paulo. Perguntou-me se eu gostaria de fazer um desenho e eu disse que sim. Recebi sua primeira grande lição: observe. E observei o seu desenhar. Em seguida ela me pediu para desenhar o que havia observado. E desenhei. E ela me perguntou: Quem é você? Eu respondi que era um faixa-preta em Aikido. Ela me encorajou a observar novamente o seu desenhar e reproduzí-lo mais uma vez. Desenhou orquídeas. Ela gostou da minha reprodução e eu também gostei de voltar a desenhar. O resultado desse breve e intenso contato: tornei-me seu aluno por cerca de três anos e ela me devolveu o amor que tinha pelo desenhar. Foi um resgate e uma cura. Voltei a desenhar com prazer.

Renina e Rita são duas histórias de duas mulheres. Duas professoras diferentes e importantes.

Estas duas pessoas fizeram parte da minha formação como artista, educador e guerreiro.

Hoje escrevi para Rita, cheio de saudade e gratidão. Ela mora em Berlin. Não sei onde está Renina e espero que esteja bem.





quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Dança Final


Hoje é dia de ir ao teatro para ver a estréia da peça"A Dança Final" com Denise Weinberg e Norival Rizzo. O motivo mais que especial é ver mais um trabalho da minha irmã Noemï como diretora e da minha sobrinha Tatiana, como assistente de direção. Mais um motivo: uma rara comédia de Plínio Marcos, com quem já joguei futebol de salão no SESC Consolação, mas isso é outra história...

Desejo por aqui sucesso e uma maravilhosa temporada no Teatro Bibi Ferreira.

MERDA!!!!


terça-feira, 6 de abril de 2010

FICHA LIMPA

Nesta quarta-feira os nossos deputados no Congresso votarão o projeto de lei de iniciativa popular que impede a candidatura em esfera municipal, estadual e federal de candidatos condenados em 2a. instância. Isso já foi mudado pois no texto original seria inelegível o candidato com condenação 1a. instância. Colei abaixo mais informações sobre essa campanha tiradas do site do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral http://www.mcce.org.br


Assim que terminar a votação trago para cá o painel completo do posicionamento de todos os deputados. A posição a favor ou contra este projeto de lei tomada por cada um dos representantes dos estados deveria ser impressa na primeira página de todos os jornais do Brasil. Mais abaixo esta a lista dos deputados favoráveis ao projeto de lei FICHA LIMPA.

1.300.000 assinaturas a caminho do Congresso

Campanha Ficha Limpa contra a candidatura de políticos em débito com a Justiça

A Campanha Ficha Limpa foi lançada em abril de 2008 com o objetivo de melhorar o perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos do país. Para isso, foi elaborado um Projeto de Lei de iniciativa popular sobre a vida pregressa dos candidatos que pretende tornar mais rígidos os critérios de inelegibilidades, ou seja, de quem não pode se candidatar.

O PL de iniciativa popular precisa ser votado e aprovado no Congresso Nacional para se tornar lei e passar a valer em todas as eleições brasileiras.
No dia 29 de setembro, o MCCE entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, o Projeto de Lei de iniciativa popular, junto com 1 milhão e 300 mil assinaturas o que corresponde à participação de 1% do eleitorado brasileiro.
O PL já foi protocolado na mesa da Câmara e iniciou seu processo de tramitação na Casa, que será acompanhado de perto pelo MCCE.

A iniciativa do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) em lançar essa Campanha surgiu de uma necessidade expressa na própria Constituição Federal de 1988, que determina a inclusão de novos critérios de inelegibilidades, considerando a vida pregressa dos candidatos. Assim, quando aprovado, o Projeto de Lei de iniciativa popular vai alterar a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, já existente, chamada Lei das Inelegibilidades.

O Projeto de Lei de iniciativa popular sobre a vida pregressa dos candidatos pretende:
Aumentar as situações que impeçam o registro de uma candidatura, incluindo:
Pessoas condenadas em primeira ou única instância ou com denúncia recebida por um tribunal – no caso de políticos com foro privilegiado – em virtude de crimes graves como: racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas. Essas pessoas devem ser preventivamente afastadas das eleições ate que resolvam seus problemas com a Justiça Criminal; Parlamentares que renunciaram ao cargo para evitar abertura de processo por quebra de decoro ou por desrespeito à Constituição e fugir de possíveis punições;
Pessoas condenadas em representações por compra de votos ou uso eleitoral da máquina administrativa.

Estender o período que impede a candidatura, que passaria a ser de oito anos.
Tornar mais rápidos os processos judiciais sobre abuso de poder nas eleições, fazendo com que as decisões sejam executadas imediatamente, mesmo que ainda caibam recursos.

O projeto de lei da Campanha Ficha Limpa, quando entregue à Câmara dos Deputados, no dia 29 de setembro, foi subscrito por 33 parlamentaresOutros procuraram a iniciativa depois dessa data para também apoiar o projeto.


Daia Mistieri na Câmara dos Deputados no dia da entrega das assinaturas

Conheça quem são esses parlamentares e acompanhe as notícias sobre a tramitação do PLP no Congresso Nacional no site do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral: www.mcce.org.br

LISTA DE PARLAMENTARES QUE APOIAM O PROJETO

segunda-feira, 5 de abril de 2010

domingo, 4 de abril de 2010

Túnel do tempo



Essas fotos devem ser de 85 e 86 e foram tiradas naquelas cabines automáticas.
Estão comigo Laura e Danilo na primeira. Laura e Ana na segunda.
Elas foram minhas enteadas entre 83 e 92, tempo que fui casado com Miriam, mãe do meu primeiro filho, o Danilo. Laura fez 29 anos recentemente e essa foto foi uma gostosa lembrança que enviei para ela via facebook. Nela estou com a idade do Danilo hoje...

Merda.

Acordei no último domingo animado para escrever sobre a merda. Calma, antes que alguém se ofenda com o assunto, esclareço que resolvi escrever sobre a merda como quem resolve escrever sobre o aluno mais rejeitado da classe. Aquele personagem feinho, desajeitado, cabisbaixo e solitário, ruim de bola e de matemática, desafinado, magrelo ou gordinho, aquele pedaço do grupo que ninguém quer por perto e normalmente é o alvo da gozação explícita ou dissimulada, o tal do bullying. Esse assunto está no ar e trata-se da violência e da intimidação na escola. Será que bullying teria também alguma coisa a ver com bullshit? Algo como o tratamento dados aos "merdinhas" de um grupo?

Merda é rejeição, logo ser um merda é ser um rejeitado. Ser aquilo ou aquele que não é mais necessário e que está fora do jogo. Estar na merda, ser um merda, vá à merda, ou merda! apenas é sempre uma referência ao pior lugar. Pior que ir mandar alguém à merda é mandar alguém sumir, se escafeder. Talvez o ato suicida seja aquele passo a mais de quem se deixou convencer que é uma merda ou que está numa merda. Então falar da merda é falar da paúra de ficar fora do jogo. Qualquer jogo. É falar do medo de não ser mais necessário na escola, na família, no trabalho ou em qualquer outro sistema.

Agora penso na sociedade que você e eu vivemos que é alimentada por ambição e medo. Uma engrenagem social motivada por pessoas querendo se afastar da merda e viver perto dos que estão mais em cima, especialmente tendo e comprando as coisas que fazem parecer que estão mais em cima que na merda. Podia dedicar este post a escrever sobre a elite dos vencedores, dos campeões, dos famosos que estão bem longe da merda, muitas vezes gente que nasceu na merda e tirou da merda a maior motivação para sair merda. Se olharmos um noticiário ou novela na TV aberta o que mais vemos é uma alternância entre notícias sobre os que estão e os que saíram da merda, nos educando para o que devemos buscar e o que devemos temer. Nem vou falar de BBB e aquela coisa de todo mundo hipnotizado para ver quem será eliminado...

Talvez vivamos todos numa sociedade bullying, onde trabalhamos duramente para parecer bem e não mostrar nenhuma merda. Se alguém errar, desafinar, cair, se confundir, falir ou falhar terá sempre alguém de plantão para tocar a campainha e apontar: olha a merda que esse aqui fez! E todos sorrimos um sorriso amarelo por que desta vez não fomos nós. Tudo isso é muito vivo para mim por que já errei, desafinei, cai, me confundi, fali e falhei muitas vezes. Tenho uma trajetória cheia de pequenos acidentes, interrupções, mudanças e irregularidades e aprendi a não levar muito a sério o julgamento de pessoas que tentaram me convencer de que eu era um merda. E não recebi a pressão de pessoas bobinhas. No começo da vida adulta recebia duros julgamentos de um pai severo e crítico que não via ambição na minha personalidade sonhadora. De alguns mestres recebi sofridas invalidações sobre a minha competência como arquiteto, como artista e como aikidoka. Lembro-me dos tempos de terapia onde fui para buscar uma resposta para uma dúvida que me angustiava: será que eu sou um merda?

Hoje educador, eu gosto dos desajeitados e sem "talento nato". Hoje, casado pela terceira vez, me divirto com os que logo deduzem que não sou uma pessoa estável e confiável. Torcer para a Portuguesa é algo para quem não tem medo de cair para segunda divisão: um time pequeno, típico timizinho-de-merda cujo nome de guerra lembra looser (LUSA). Deixei pelo caminho a arquitetura e a astrologia e dois casamentos com pessoas que continuo a admirar. Depois de muitos anos deixei também meus mestres japoneses (Ono e Kawai) e mergulhei na minha aventura de buscar um aikido criativo, alegre e inspirador. Isso de deixar coisas no caminho - como quem salta de um cipó para o outro - para muita gente é fazer merda. Para mim não. Percebo a cada dia que aprender com gratidão a deixar para trás as coisas que serviram e não servem mais é o jeito mais feliz e sustentável de viver.

Sinto que viver e se realizar nesta vida é bem mais que evitar merdas. Estou convencido que o viver é repleto de incertezas, tropeços e curvas. O grande herói talvez seja alguém que lida bem com as próprias falhas e não teme parecer imperfeito. Ri das próprias asneiras. Faz algumas escolhas erradas, comete gafes, escorrega, pisa no tomate e não desanima. Não teme nem evita as merdas que vão surgir na sua jornada. As próprias e as alheias.

Uma palavra na nossa língua que denota a presença da merda é um dos adjetivos usados para alguém cheio de raiva: um sujeito enfezado. Uma pessoa cheia de raiva está associada a uma pessoa cheia de fezes. Arght! Fezes são feitas para serem eliminadas e não guardadas. As merdas são o resultado final de um longo processo de absorção dos nutrientes pelo intestino. Elas são o resultado da limpeza e filtragem saudável de um organismo e o tornam mais leve e puro. Um recado aos enfezados: botem logo toda esta merda para fora e sejam mais felizes!

O sentido nojento e agressivo dado à palavra merda é cultural. O verbo emmerder ou s'emmerder é natural na língua francesa e tem o sentido de se aborrecer, se encher. Uma tradição também vinda de França esta presente no meio teatral. O melhor a desejar antes de uma estréia para o diretor e elenco de uma peça é ... Merda! Por que? Entre as versões que existem a que prefiro é a seguinte:

"Antigamente as pessoas chegavam aos teatros em carruagens. Quanto mais carruagens, mais merda os cavalos deixavam nas ruas e calçadas. Assim, muitas pessoas entravam no teatro com os sapatos sujos, de merda, e quanto mais merda deixada nos capachos, mais a casa estaria cheia. Assim, a expressão “merda” tem o mesmo significado de boa sorte e é sempre usada antes das apresentações." fonte: http://pontodemira.blogspot.com

Logo mais eu vou postar por aqui a estréia da peça que minha irmã Noemï Marinho está dirigindo. Então, está combinado, já sabem o que desejar para ela e para o elenco:

Merda!!!!



sexta-feira, 2 de abril de 2010

04:54:25



Pouco a pouco volto a cuidar do blog e trazer notícias do lado de cá.

Nada como uma semana de molho, aguardando o joelho cicatrizar de uma escoriação, para botar a casa em ordem. Explico. Sábado passado participei da primeira etapa da prova Claro 100k no trecho sul do Rodoanel. Marinheiro de primeira viagem, convidei alguns amigos para virem comigo e um por um todos desconversaram. Fui sozinho e lá entendi. Uma sensação de que estava na festa errada. Era uma prova competitiva entre atletas de muitas escuderias como Scott, Trek, Specialized, Kona, etc. A grande maioria com bicicletas speedy e alguns poucos, como eu, de mountain bike posicionado no último pelotão. Investi numa camel bag para me hidratar durante a prova pois sabia que o sol ia pegar. E nela misturei 1,5l de água com maltodrexina sabor açaí com guaraná. Goles dessa mistura durante a pedalada são rapidamente absorvidos pelo corpo como energia e ajudam a evitar a fadiga muscular. Quatro saquinhos de proteína em gel, três barrinhas de cereal sabor banana, um gatorade de tangerina, duas batatas cozidas embrulhadas no alumínio e a maltodrexina na mochila e tinha energia para pedalar até o Paraguai. Acho que terminei a prova mais pesado que na largada. ;)


A maioria na prova estava lá fazer a prova no menor tempo. Eu fui testar a minha resistência para um percurso mais longo e tentar fazer os 100k dentro do tempo limite de 5h00. O carro vassoura que recolheria os que estivessem abaixo do tempo era uma grande motivação para não parar de pedalar. Voltar cansado sim, voltar varrido nunca!


O Trecho Sul to Rodoanel tem uma paisagem linda e espero mesmo que, apesar do atraso desta obra, ela diminua o volume de caminhões na cidade, melhore o trânsito e todos se beneficiem com isso.




Em duas horas havia pedalado 50k e estava feliz. Descobri que os 50k finais são bem diferentes dos 50k iniciais ... Mas vinha bem até a altura do 85k. Depois de uma subida longa, exausto, decidi apoiar os dois cotovelos no guidão para começar uma longa descida. Nunca mais. Me desequilibrei e fui para o chão como um saco de batatas cansadas. Depois do susto dei uma geral e percebi que o estrago não tinha sido grande coisa. Um ralado no joelho, outro no cotovelo, a bicicleta ok, câmbio ok, freio ok, roda no lugar. E segui viagem devagar até a linha de chegada. Tempo oficial: 04h54m25s. Depois do beijo de chegada de uma Daia já preocupada com as ambulâncias que chegavam a toda hora fui direto para o ambulatório dar um trato nas feridas de guerra. Com uma sensação boa de ter dado conta dos 100k numa média de 20km/h.


Adorei o passeio e, definitivamente, competir e correr atrás do melhor tempo não é a minha praia. As fotos durante o percurso foram raras pois o foco era completar a prova. Mas a Daia estava lá. Do início ao fim como companheira, torcedora, fotógrafa e motorista.

Ah! O azulejo que aparece no começo desse post eu comprei em Den Haag (Holanda) anos atrás e esta entre a sala e a cozinha aqui de casa. Diz mais ou menos o seguinte: "Quem não comete erros, possivelmente não comete nada."

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Aikido, Haikai, Sumi-e, Shakuhati e Fotografia

Em janeiro e fevereiro deste ano ofereci uma nova oficina para o SESC Verão: Aikido, Inovação e Criatividade. Fizemos algumas pontes entre a arte Aikido e outras artes como a poesia haikai, o pintura sumi-e, a fotografia e a flauta shakuhati. Contamos com três convidados especiais como anfitriões: Thiago Rodrigues conduziu a experiência com o haikai, Genésio com a fotografia e Matheus Ferreira com o shakuhati. A harmonia, o equilibrio e a presença foram os elementos presentes em todos os encontros e percebemos o quanto cada uma das artes alimenta com a outra. O resultado final deixou uma sensação de encantamento e leveza no ar.

Num tempo acelerado onde não paramos para perceber o próprio corpo, as sensações e pensamentos, o outro e as coisas que acontecem a nossa volta, estes encontros foram uma experiência de descontinuidade. Um pausa para olhar, ouvir, tocar e sentir a vida.