segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aikido em Campos de Jordão




Depois de passar a sexta-feira em Pardinho, onde reencontrei uma antiga amiga que estava lá para mostrar os detalhes do fantástico Instituto Jatobás, Daia, Sofia e eu pegamos estrada para chegar a tempo do coquetel de abertura do 4º Encontro de Aikido em Campos de Jordão. Pelo rádio ouvimos a informação bizarra de que o congestionamento às 18h na cidade ultrapassava os 200 km! Imaginei que isso equivaleria a todo o percurso de São Paulo à Campos do Jordão engarrafado. Logo relaxei e desistimos de chegar a tempo do coquetel. Chegamos por volta de 23h30, tempo para encontrar alguns amigos do Aikido e descansar para o dia seguinte que foi repleto de treinos com vários professores.



O evento foi organizado pelo professor Walmir Miranda e sua esposa Cris. Eles tem um talento raro para aproximar gente de muitas tribos do Aikido numa atmosfera de harmonia e generosidade. Os treinos aconteceram sob uma tenda defronte para um bosque de araucárias no Hotel Satélite onde todos ficaram hospedados. A sequência obedeceu a um rodízio entre os professores mais graduados que, ao final de 30 minutos de prática, eram estimulados a deixar alguma mensagem especial para o grupo. Os professores Nagao, Brasil, Miranda, Lila, Panhan, Ivan(GO), Santos (DF), Nogueira (RJ), Bull e Reinosa (EUA) foram unânimes em reconhecer a iniciativa e a persistência de Walmir e Cris para organizar estes encontros a cada dois anos. Kawai Sensei, introdutor do Aikido no Brasil, apesar de debilitado por questões de saúde, viajou para Campos do Jordão para prestigiar o encontro e proferir algumas palavras ao final. Fiquei honrado em integrar o seleto time de professores e participar do treino de todos durante o final de semana.




E teve aquele tempo no sábado à noite para degustar salsichas apimentadas com cerveja artesanal no Baden Baden de Capivari e curtir fondue com vinho e muita dança com música ao vivo no hotel. Na volta para casa, fim da tarde de domingo, chá com biscoitos na Estação Ferroviária de Santo Antonio do Pinhal. Tudo de muito bom.




domingo, 27 de setembro de 2009

Pardinho


Centro Cultural Max Feffer

Do

Catedral de Bambús

Vista externa da sala de reuniões

Varanda

Viola de bambu

Felipe

Despedida na sombra do jatobá

Alinhar ao centro
Parede de garrafas


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Cabeça, olho e coração numa mesma linha de mira

Estou gostando dessa coisa de vagabundear a pé pela cidade. Dias atrás me peguei filosofando sobre o momento da espera de um ônibus. Existe tempo mais improdutivo ? Por outro lado, existirá melhor ocasião urbana para se esvaziar a mente que os minutos de espera de um ônibus? Nada acontece. Passam vários ônibus que não servem e continuamos lá. Não existe a menor possibilidade de se acelerar a chegada do ônibus esperado. Resta apenas ficar e esperar. Esperar um ônibus e não fazer nada além de espera-lo é uma qualidade de ação que esta sendo atropelada por uma necessidade de se aproveitar o tempo fazendo algo, obedecer a um impulso de ter que aproveitar o tempo com alguma coisa produtiva. Esperar um ônibus é minha mais recente meditação. Gosto de ler, gosto de escrever, gosto de conversar e estou gostando de dedicar parte do meu dia a não fazer nada, apenas observar a paisagem sem nenhum desejo de preencher estes momentos com alguma coisa.

Ontem, fui vagabundear depois do almoço pela exposição de fotos de Henry Cartier-Bresson no SESC Pinheiros. Comecei pelo 3º andar onde estão expostas imagens de fotógrafos influenciados pelo olhar bressoniano como Cristiano Mascaro. No térreo, assisti a um breve documentário recheado de fragmentos de conversas com Henry Bresson que entre outras coisas tocantes diz que teme a dor, mas não teme a morte. No últimos anos de vida ele deixou de fotografar e passou a desenhar. Dizia que fotografar é ação e desenhar é meditação. Fiquei encantado com seus rabiscos e com a vitalidade com que viveu sua vida. Quero voltar em breve para parar em frente de suas fotografias e desenha-las. Como exercício de gratidão ao poeta do olhar.

Cherrybone
Simiane-la-Rotonde (France, 1969)


O IMAGINÁRIO A PARTIR DA NATUREZA
[Texto de Cartier-Bresson]

A câmera fotográfica é para mim um caderno de esboços, o instrumento da intuição e da espontaneidade, o mestre do instante que, em termos visuais, ao mesmo tempo questiona e decide. Para “significar” o mundo é preciso sentir-se implicado naquilo que se recorta através do visor. Essa atitude exige concentração, sensibilidade, um senso de geometria. É por uma economia de meios e, principalmente, um esquecimento de si que se chega à simplicidade de expressão. Fotografar: é prender o fôlego quando todas as nossas faculdades convergem para captar a realidade fugidia; é aí então que a apreensão de uma imagem é uma grande alegria física e intelectual. Fotografar: é num mesmo instante e numa fração de segundo reconhecer um fato e a organização rigorosa das formas percebidas visualmente que exprimem e significam esse fato. É pôr na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração. É um modo de viver.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Setembro sem carro - dia 22

Você sabe que dia é hoje? Com essa frase eu fazia o primeiro contato com motoristas desconfiados que passavam de carro pela Av. Paulista. Pois é, fui visitar a esquina onde o Movimento Nossa São Paulo montou uma tenda para divulgar o Dia Mundial sem Carro provocando o pensar sobre mobilidade urbana na cidade. Assim que cheguei encontrei Oded Grajew panfletando, o Mauricio Broinisi e a Luanda Nera que me ofereceu duas camisetas do DMSC, uma para Daia e outra para mim. Percebi que a panfletagem estava sendo feita nas calçadas para pedestres que transitavam pela avenida mais famosa de São Paulo. Perguntei se alguem estava distribuindo folhetos para motoristas e ouvi que a maioria estava de vidros fechados por conta da chuva que caia no meio da tarde. Como quando cheguei a chuva tinha dado uma pausa, arrisquei pegar alguns folhetos e panfletar no canteiro central da Av. Paulista. Fiquei lá entre 16h e 18h, com folhetos na mão e usando uma máscara para encarar a fumaça entre os carros que não é pouca não. No fim da noite, durante o treino de Aikido, respirava com alguma dificuldade e é claro que tem alguma relação com as duas horas passadas no meio dos carros.


17h00 - na av. Paulista em frente ao Conjunto Nacional

Você sabe que dia é hoje? Era o mote para me aproximar com o logo do Dia Mundial sem Carro estampado na camiseta. Muitos não queriam conversa alguma com um careca mascarado. Devia ser uma imagem meio assustadora. Outros logo percebiam que era uma aproximação inofensiva e abriam seus vidros e seus sorrisos. Quando percebia que o motorista relaxava ao saber que eu não era um vendedor nem um assaltante eu engatava uma segunda pergunta: Você acha que dá para passar um dia por ano sem carro? Essa pergunta ajudava a apresentar a idéia central do DMSC: deixar o carro na garagem por um dia. Houve muitas interações legais, gente consciente, gente respeitosa e também gente travada. Bem travada. No fundo, o dia de hoje foi um dia que ajudou a trazer um pouco de luz sobre o uso racional do carro na cidade como parte da solução de um problema tão complexo. Algumas pessoas, homens e mulheres, mostravam-se tão fechados nos seus carros e por alguns instantes eu me senti como o limpador de vidros, o vendedor de chiclete, o malabarista do farol que a maioria não dá a menor pelota. Pessoas que simplesmente não querem ser incomodadas por nada e ninguém. Querem apenas chegar ao lugar para que se dirigem sem serem interrompidas. Imagino que estas pessoas devam ser assim também em elevadores. Deve ser uma experiencia perturbadora por longos segundos: ver, ouvir e sentir pessoas estranhas tão perto. Será que as pessoas relaxariam se houvesse um Dia Mundial sem Medo?

Ecotaxi movido a pedaladas

Biocombustivel

Ele cantava na avenida enquanto eu panfletava

Dia Mundial sem Carro - Oded Grajew

No Dia Mundial Sem Carro, 22 de setembro, diversas atividades (programação no site www.nossasaopaulo.org.br) visam chamar a atenção da sociedade sobre os graves problemas causados pelo modelo de mobilidade adotado nas cidades que privilegiam o transporte individual e o automóvel.
Nesse modelo, o trânsito das grandes e médias cidades brasileiras ocupa um tempo precioso de todos os que nelas vivem, estudam e trabalham -o paulistano desperdiça, em média, duas horas e 43 minutos todos os dias nos congestionamentos. Tempo que poderia ser usado para o lazer, a cultura, para namorar, para estar com amigos e familiares.
Não bastasse todo esse tempo perdido, ainda ficamos expostos a um trânsito totalmente poluído, causando tumores e inúmeras doenças respiratórias e cardiovasculares. Estudos da Faculdade de Medicina da USP apontam que, apenas na cidade de São Paulo, morrem, em média, 12 pessoas por dia devido à poluição, encurtando a vida média do paulistano em um ano e meio.
Além do custo em vidas, os impactos operacionais e financeiros no sistema de saúde causados pela poluição são imensos. No mesmo sentido, é importante lembrar que o setor de transportes é responsável por 15% dos gases que causam o aquecimento global e a mudança climática.
O diesel e a gasolina consumidos no Brasil estão entre os piores do mundo, e a indústria automobilística fabrica motores menos poluentes apenas para exportação. Apesar disso, tramita no Congresso um projeto de lei que permite a comercialização no Brasil de carros leves a diesel.
Com a qualidade atual do diesel brasileiro (contendo altíssima quantidade de enxofre) e a tecnologia dos motores que a indústria automobilística utiliza no Brasil, a aprovação dessa lei resultaria na morte adicional de milhares de brasileiros por ano.
A inspeção veicular, obrigação dos governos estaduais e dos grandes municípios, ainda está muito longe de cumprir seu papel.
Nos acidentes de trânsito, morrem cerca de quatro pessoas por dia na cidade de São Paulo -44% pedestres, 18% motociclistas, 9% passageiros ou motoristas de autos e 3% ciclistas.
Nos últimos cinco anos, o Departamento Nacional de Trânsito teve à disposição R$ 415 milhões (provenientes das multas) para investir em projetos de redução de acidentes. Só R$ 5,3 milhões foram repassados!
Estudo da FGV calcula que a cidade de São Paulo deixa de gerar R$ 26,8 bilhões por ano devido à perda de tempo nos congestionamentos e aos custos totais ligados a acidentes e doenças derivados do trânsito.
Muitos fatores alimentam esses números sinistros. Nosso modelo de desenvolvimento urbano promove enorme desigualdade social, que obriga milhões de pessoas a se locomoverem por grandes distâncias para ter acesso ao trabalho e aos serviços e equipamentos públicos. Vivemos, cada vez mais, um modelo de mobilidade e transporte que oferece todos os incentivos possíveis para a locomoção por meio do automóvel.
Enquanto isso, os investimentos em transporte público coletivo continuam se arrastando lentamente.
Bilhões de reais que poderiam melhorar imediatamente o transporte público são gastos em túneis, novas pistas e avenidas que em pouco tempo estarão entupidas (são 800 novos carros por dia nas ruas de São Paulo!).
O governo federal promove incentivos fiscais e creditícios para a indústria automobilística sem a contrapartida de motores menos poluentes e matriz energética mais limpa.
Para mudar esse quadro, não faltam exemplos e propostas: dar prioridade absoluta para metrô, trens e corredores de ônibus; estabelecer políticas para facilitar e incentivar a locomoção por bicicletas; melhorar a qualidade do diesel e da gasolina e incrementar o uso de combustíveis mais limpos; comercializar no Brasil automóveis, ônibus e caminhões com a mesma tecnologia menos poluente que a indústria automobilística utiliza na Europa e nos EUA; oferecer segurança para o pedestre, calçadas de boa qualidade, acessibilidade universal para os deficientes físicos, rigor nas leis de trânsito e programas de educação cidadã; implementar inspeção veicular em toda a frota automobilística; redimensionar os investimentos públicos para diminuir a desigualdade social e regional na oferta de trabalho e no acesso a equipamentos e serviços públicos para diminuir a necessidade de deslocamentos.
Cabe à sociedade convencer os governos a priorizar, acima de localizados e poderosos interesses econômicos, a qualidade de vida dos cidadãos.

ODED GRAJEW , 65, empresário, é um dos integrantes do Movimento Nossa São Paulo e membro do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. É idealizador do Fórum Social Mundial e idealizador e ex-presidente da Fundação Abrinq. Foi assessor especial do presidente da República (2003).


FONTE: Jornal A Folha de São Paulo 20/09/2009

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

20/09 - Domingo em São Paulo


Recentemente a cidade do Rio de Janeiro foi eleita a cidade mais feliz do mundo segundo uma pesquisa realizada pelo instituto GfK Custom Research North America e pelo consultor Simon Anholt, que reuniu as respostas de dez mil pessoas em mais de 20 países. O Rio de Janeiro bateu outras cidades como Sidney, Barcelona, Amsterdam, Roma, Paris, Sao Francisco (EUA), Madri, Melbourne e Buenos Aires.

São Paulo não tem a exuberância e alegria do Rio mas tem muito mais coisas além de fumaça, engarrafamento e stress. Domingo de manhã participei com outras 30.000 pessoas da 17a. Maratona de Revezamento do Pão de Açucar. Às 7h em ponto estava no Obelisco do Ibirapuera para fazer a largada da equipe Forresters: Maren, Vitor, Rosana, Cassio, Fabio, Gustavo, Kinha e eu. Foram 6.396,63 m corridos por dentro do Parque Ibirapuera e pela av. Ruben Berta até a av. Indianópolis. A entrega da munhequeira com o chip para a Maren - que foi a segunda corredora- aconteceu na altura da rua Borges Lagoa. Entrei como titular nessa equipe na última hora e adorei. Substituí a Camila que não participou por problemas no joelho. Ano que vem tem mais.

De tarde ganhei uma carona da Daia para participar de uma oficina de desenho artístico no SESC Pompéia. Para variar, mais uma vez falo do meu amor pelo SESC. Nada mais paulistano, mais urbano, mais civilizado e acessível. Ao chegar na grande sala a modelo Silvia já estava posando para umas 20 pessoas sentadas em mesas ao redor dela. Alguns estavam acomodados em almofadas no chão. Cada um com seus lápis, pinceis e crayons. No intervalo entre uma postura e outra, me acomodei no chão e abri minha pasta com papeis e canetas. Foram duas horas de desenhos breves pois cada postura variava de 2 a 3 minutos. As ultimas posturas foram mais longas, ou seja, 5 a 10 min. Ao final todos puderam apreciar o trabalho uns dos outros e foi incrível ver como uma mesma realidade torna-se diferente nas mãos de pessoas diferentes.
Adorei desenhar o nú artístico e a companhia de Antonio Goper com seus traços inconfundíveis. Melhor de tudo perceber que Daia - depois de alguns minutos assistindo a liturgia silenciosa do desenhar de todos - aceitou o convite do Paulo, coordenador da oficina, para se juntar a nós.








sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Setembro sem carro - dia 18

Hoje cedo a Band TV me acompanhou desde cedo registrando imagens para uma matéria especial sobre o Dia Mundial sem Carro - 22 de setembro. Algumas pessoas tem comentado que não tem nada de mais andar a pé pela cidade e muitos fazem isso há muito tempo. É verdade. Que não tem nada de mais pegar metro, andar de bicicleta e outros muitos fazem isso também há muito tempo. Concordo. Outro comentário anônimo mas legítimo questionou se tudo isso não é puro marketing. Também concordo. Logo pode aparecer alguém dizendo que não usar o carro é um jeito de chamar a atenção. Claro que é. Chamar a atenção para um novo comportamento. Buscar outras maneiras de se locomover por São Paulo durante um mês e escrever sobre isso faz bem antes de tudo para mim mesmo. Não defendo nenhuma causa ambiental e não pretendo pregar que todos devam abandonar seus carros na garagem. Mas talvez alguém se anime. Talvez alguém se arrisque a jogar o jogo de buscar outros meios de se deslocar pela cidade. Eu me considero uma pessoa atenta, interessada pelo desenvolvimento integral do ser humano, pela qualidade das relações entre as pessoas, por arte e educação, por questões de sustentabilidade e exercício da cidadania e levei 30 anos para me dar conta que não dá para continuar a pensar o uso do carro como sempre pensei! Estou falando da cegueira de uma pessoa que se deu conta que era absolutamente viciada em usar o carro. Sinto que estou deixando o carro de lado como quem se livra de uma dependência. Se São Paulo se beneficiar com isso, ótimo! Por hora a única certeza é que estou me sentindo mais livre e mais feliz. E isso é bom.




Desafio Intermodal em São Paulo

Entrevista de Milton Jung com André Pasqualini - cicloativista, presidente da Ciclo BR e organizador do o Desafio Intermodal que aconteceu ontem. Uma comparação entre as diversas maneiras de se transportar na cidade percorrendo o mesmo trajeto: caminhando a pé, correndo, de cadeira de rodas, de bicicleta, de carro, de trem e metro, de trem e onibus e de helicóptero!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Setembro sem carro - dia 17

Bicicleta. Amanhã começo a incluir a bicicleta como mais um cipó, digo, mais um meio de transporte para me deslocar por São Paulo. Tem muito conteúdo interessante pela internet tratando de roteiros, dificuldades, testemunhos, conselhos, onde estacionar, como se precaver de acidentes e roubos, etc. No momento tudo que preciso é comprar uma bicicleta. Os próximos dias deve ser recheados de conversas com amigos ciclistas e logo virão os primeiros registros visuais pela cidade. Devo optar por uma bicicleta montada. Ela é um pouco mais cara mas é ajustada sob medida: altura do quadro, peso, tipo de roda, freio e cambio.

Primeiro balanço. Nas conversas em torno da experiência de ficar sem carro por um mês percebi que deixar o hábito de usar o carro requer uma mexida em uma porção de crenças, idéias, comportamentos e na própria relação com a cidade. É como parar de fumar. Todo fumante sabe que faz mal, que deveria parar mas é um hábito encrustrado e com raizes profundas. Largar o carro é um exercício de desapego que tenho encarado menos como um sacrifício e mais como um jogo, uma experiência lúdica.

Prós e contras.

Alguns argumentos que protegem o uso do carro como meio de transporte preferido:

1. uso sozinho e decido quando ir e quando voltar sem depender de ninguem
2. me sinto seguro e protegido dentro dele.
2. é confortável, posso ouvir música e abstrair o barulho de fora fechando os vidros.
3. se tiver ar condicionado, não importa o tempo lá fora, chuva ou calor, dentro esta sempre fresquinho.
4. não sinto cheiro e não tenho contato com pessoas, ou seja, é mais higiênico.
5. defino a velocidade que quero (mais ou menos, né?)
6. dá status e é algo que está ligado a minha identidade, meu jeito de ser (adventure, stile, mille, ecosport, classic, off-road, etc)
7. é facil de financiar em parcelas pequenas por 5 anos.

O que mais?

Argumentos que fortalecem a opção pelo não-uso do carro como meio de transporte principal:

1. contribui para congestionar a cidade e polui o ar.
2. é irracional uma tonelada ou mais para transportar na maioria das vezes uma só pessoa
3. tem um alto custo de manutenção: IPVA, seguro, estacionamento e combustivel
4. isola o usuário do convívio com outras pessoas
5. alimenta o círculo vicioso que pede mais investimento na malha viária da cidade: pontes, marginais, avenidas, estacionamentos.
6. contribui para o sedentarismo e a acomodação.
7. estressa o usuário por vários motivos: segurança, engarrafamento, transito caótico, motoqueiros, radares, etc.

O que mais?

Hoje percebo uma boa sensação de maior independência da necessidade de usar o carro. Vou voltar a usá-lo em breve mas com certeza de um outro jeito. Talvez passe a usá-lo 10 vezes menos do que usava anteriormente. Quero te-lo como meio disponível entre outros como caminhar, ir de ônibus, de metro, de trem, de carona, de bicicleta e de taxi. Talvez venha a usá-lo somente nos finais de semana para algum programa com a familia toda, um passeio ou viagem.

Dia 16 - 19h00 - Com Daia e Joaquim Freitas, na Pro-Matre

Dia 16 - 21h00 - com alunos na Palas Athena

Dia 17 - 13h00 - com Felipe e George Winnik na reunião do IRBEM

Dia 17 - 14h00 - Cemitério da Consolação


Dia 17 - 17h30 - Corredor de onibus da av. Rebouças

terça-feira, 15 de setembro de 2009

22/09 - Dia Mundial Sem Carro

O Dia Mundial Sem Carro foi implantado pela primeira vez na França, em 22 de setembro de 1997. Em 2000, a União Européia instituiu a Jornada Internacional "Na Cidade, sem meu Carro", reunindo 760 cidades. Em 2001, 1683 cidades participaram. Encorajados pelo êxito da iniciativa do Dia Europeu sem Carros, a comissão organizadora lançou, em 2002, a Semana Européia da Mobilidade.

Em 2001, 11 cidades brasileiras aderiram ao Dia Mundial Sem Carro: Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas (RS); Piracicaba (SP); Vitória (ES); Belém (PA); Cuiabá (MT), Goiânia (GO);Belo Horizonte (MG); Joinville (SC); São Luís (MA). Em São Paulo, a iniciativa é realizada desde 2005, sob a coordenação da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

Em 2007, protagonizada pelo Movimento, a campanha para o Dia Mundial Sem Carro engajou entidades de todas as regiões da cidade e despertou a atenção da população e do poder público para assuntos decisivos para a vida em São Paulo, como cidadania no trânsito, congestionamentos, respeito ao pedestre, segurança e poluição.

Em 2008, o Nossa São Paulo também organizou atividades importantes para marcar a data. Entre elas, o debate com candidatos à Prefeitura de São Paulo que abordaram as propostas para transporte, mobilidade e poluição do ar, e um ato público pela comercialização no Brasil do diesel com menos enxofre.

Fonte: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/

Visite também a rede ning desse movimento no Brasil: http://diamundialsemcarro.ning.com/

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Rio de Janeiro - parte 2

O treino de sábado durou duas horas e gostei de estar no tatame do Círculo com outros quatro membros do Dojo Harmonia. Logo descemos para comer, beber e relaxar no Devassa. Pausa ideal para esperar o sol baixar tomando chopp e jogando conversa fora. Lá encontramos Ricardo Beliel, fotógrafo e amigo de Daia, que há muito tempo não se viam. Terminamos a tarde na praia, assistindo o sol se por atrás do Morro dos Dois Irmãos que fotografei da areia e da calçada de Ipanema.




Depois de uma soneca merecida no começo da noite voltamos a nos encontrar no Jardim Botânico. Seguimos para o restaurante Nanquin e lá ficamos todos até a 1h00. Dormimos depois das 2h00 e estranhamente eu já não sentia sono às 7h da manhã. Enrolei até às 8h e logo tomamos café para aproveitar o sol antes das 10h. Corri até o Leme e voltei, o que deu exatos 5 km em 30 min. Queria correr mais mas senti o cansaço de uma noite curta e já fazia muito calor às 9h00. Uma corridinha de bom tamanho. Depois de fechar a conta no SESC, convidados pelo Julio e Raquel fomos almoçar no Clube Naval na beira da Lagoa. Ainda aproveitei a sauna do clube. No bar da sauna, reencontro o atendente José Givaldo que adora correr. Conseguiu um treinador e a partir da semana que vem terá um apoio profissional para seguir correndo. Julio topou e vamos dar uma força para ele com um tênis legal. Pedi para ele falar algumas coisas e fiz um filminho que está no final das fotos.

O Rio de Janeiro que eu encontro é uma cidade cheia de pessoas maravilhosas.




Rio de Janeiro - parte 1

Sol e chuva. Estranha a sensação de sentar numa segunda-feira fria e chuvosa para escrever sobre um final de semana de sol e alegria no Rio de Janeiro. Parece que foi algo sonhado mas foi algo vivido. O por do sol de sexta-feira percebido na Dutra já era um presságio dos momentos que viriam pela frente. Prometo não fazer mais isso, mas foi irresistível pedir a camera por um instante enquanto dirigia para arriscar uma foto cega do que me aparecia no espelho lateral.

I love Sesc. Chegamos no Rio de Janeiro perto das sete da noite a tempo de fazer o check-in no SESC Copacabana onde Daia e eu ficamos hospedados. Imaginei que seria um tipo de albergue e estava preparado para um lugar bem simples. Errei. Para terem uma idéia da surpresa, descobri que o projeto do hotel é de Oscar Niemeyer! Perfeito no atendimento e no conforto. O melhor: mais barato que o Formule 1, com a vantagem de ter o café da manhã incluído e estacionamento para o carro, que ficou por lá durante toda a estada no Rio.

O treino entre faixas-pretas estava marcado para as 21h de sexta. Soube que Guilherme já havia chegado ao Dojo e que Vitor não chegaria a tempo por ter perdido o vôo em São Paulo. Foi um treino conduzido por Gentil Sensei e estava feliz em treinar e reencontrar os amigos cariocas Julio, Raquel, Ives e Edmundo. Senti a falta do Billy, que estava em São Paulo gravando o Altas Horas e só chegaria no sábado.




Chega de saudade. Na manhã seguinte, o treino começaria às 11h. Antes de chegar ao Círculo de Aikido, Daia e eu passeamos por Copacabana e pude matar a saudade da Rua Raimundo Correia onde vivi até os 12 anos. Matei também a saudade das amendoeiras com folhas grandes que ainda fazem sombra nas calçadas onde jogava bola e andava de bicicleta. Pedi uma foto em frente ao antigo Colégio Santa Filomena e na porta do Edificio Cristal onde morei toda minha infância. Lembrei que anos atrás eu cheguei a subir com meu filho Daniel até o apartamento 303 onde morei para tentar entrar (!) no lugar que vivi. Olhando pai e filho pelo visor e sem destrancar a porta, a atual dona do imóvel achou minha versão muito suspeita para abrir a porta e permitir a estranha visita. Até hoje minhas irmãs riem quando lembram deste surto de ingenuidade ...

A esquina da minha infância

Edifício Cristal


Antigo Colégio Santa Filomena na av. Barata Ribeiro